sábado, 13 de abril de 2019

Geografia

Geografia vem das palavras gregas "geo" e "graphos" significando respectivamente terra e escrever. Geografia é o estudo científico da superfície da Terra com o objetivo de descrever e analisar a variação espacial de fenômenos físicos, biológicos e humanos que acontecem na superfície do globo terrestre. 
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Para entendermos os acontecimentos e a paisagem que nos cerca são necessárias “ferramentas” que em grande parte estão disponíveis na Geografia. A necessidade de compreender e promover alterações no meio em que vivemos é tão antiga quando a existência humana, mas a realidade do mundo atual tem imposto conhecimentos cada vez maiores e mais complexos. 

 
Erupção vulcânica no Hawaii.  
Quais as causas e conseqüências? Quais as implicações para o meio natural e a economia?  

Nascida do colecionamento de informações que eram repassadas de geração à geração (daí a grande ligação da Geografia com a História) a Geografia teve importância na antiguidade para garantir sucesso em colheitas e viagens. Visando o sucesso em batalhas e ocupações, foram gregos e romanos que perceberam a importância de organizar informações sobre diferentes lugares e povos.  

“a geografia familiarizo-nos com os ocupantes da terra e dos oceanos, com a vegetação, os frutos e peculiaridades dos vários quadrantes da Terra; e o homem que a cultiva é um homem profundamente interessado no grande problema da vida e da felicidade”.  
Estrabão (séc. I) – filosofo grego 





Os “conhecimentos geográficos” foram por muito tempo organizados por aventureiros, biólogos, geólogos etc. Ainda hoje são necessárias informações de outras ciências para o progresso da Geografia. Mas até o século XIX a Geografia não estava estruturada como ciência. As informações estavam espalhadas por vários ramos do conhecimento humano e a Geografia carecia de critérios e métodos para organizar os estudos e as informações sobre as relações do homem com o meio ambiente.  


Princípios metodológicos da Geografia 

Princípio da extensão: por meio do qual deve-se localizar os fatos estudos, determinando-lhes a área geográfica.  

Princípio da analogia ou da geografia geral: permite a generalização e relacionamento de fatos semelhantes.  

Princípio da causalidade: por meio do qual deve-se buscar as causas e examinar as possíveis conseqüências dos fatos examinados.  

Princípio da conexidade ou interação: é preciso identificar as relações locais e interlocais, pois os fatos nunca estão isolados e sim ligados entre si.  

Princípio da atividade: os fatos tem caráter dinâmico, daí a necessidade do conhecimento do passado para a exploração do presente e previsão de sua evolução futura.  

A Revolução Industrial impulsionou as ciências e os interesses geopolíticos. A exigência crescente de matérias-primas e a busca por novos mercados levou os europeus a organizar informações geográficas, montando estratégias para a conquista de territórios e estudos sobre inimigos em potencial. Nesse contexto nasceu a Escola Geográfica Alemã. 

Escola Geográfica Alemã era determinista; julgava o homem escravo do meio natural em que vivia. Para os deterministas as características de uma população eram ditadas pela natureza, que estabelecia o grau de desenvolvimento e de entendimento acerca do mundo. Os deterministas alemães influenciaram a primeira metade do século XIX e se destacaram os trabalhos de Alexander Von Humboldt, Karl Ritter e Friedrich Ratzel 


 
                           Alexander Von Humboldt 

 
           Paul Vital De La Blache 
Na França a partir da segunda metade do século XIX, a linha de pensamento possibilista ganhou força. Os possibilistas da Escola Geográfica Francesa, notadamente Paul Vital De La Blache, acreditavam ser o homem hóspede do meio em que vive. Na visão dos possibilistas as sociedades interagem com a natureza, podendo mudar a realidade em que vivem.  

Deterministas e possibilistas no século XIX muitas vezes justificaram ações imperialistas das nações a que serviam. Por manter um caráter descritivo, a geografia trabalhada por alemães e franceses dessa época foi rotulada de geografia tradicional 


A Nova Geografia 

O século XX registrou mudanças significativas na ciência geográfica. Diversos fatores, como a urbanização, as agressões ao meio ambiente, os questionamentos sobre o nível de desenvolvimento aferido pelas nações, as melhorias nos transportes e nos meios de comunicação - que promoveram o encurtamento das distâncias relativas entre os lugares; levaram estudiosos a refletir sobre o objeto da geografia: o espaço geográfico 
Durante longo tempo a geografia tradicional considerou como espaço geográfico simplesmente a superfície da Terra, cabendo a geografia descrever as diferentes paisagens e fenômenos que ali ocorriam. Geógrafos do início do século XX, apoiados nas vertentes do pensamento possibilista, defendiam uma geografia mais crítica, que valorizasse as relações homem versus meio, causas e conseqüências. Nasceu a geografia crítica 
Para os defensores da geografia crítica (também chamada de nova geografia) o espaço geográfico é formado por várias paisagens onde interagem aspectos físicos (clima, relevo, vegetação, etc.) e aspectos humanos (econômica, política, cultura, migrações, etc) que produzem e modificam, através do trabalho continuo, a realidade. O pensamento crítico passou a influenciar a maioria dos trabalhos a partir da década de 1950 e, na atualidade, pode-se afirmar ser a visão dominante entre os geógrafos.  

No Brasil o pensamento crítico da geografia foi estabelecido com maior lentidão. A condição de subdesenvolvimento e o regime ditatorial militar cercearam recursos financeiros e oportunidades de debate. Durante boa parte do século XX a geografia brasileira permaneceu tradicionalista e quantitativa. Somente a partir da década de 1980 a geografia no Brasil assume uma postura claramente crítica e empenhada no entendimento dos problemas, e na proposta de soluções, que respeitem a realidade nacional.  
Trabalhos desenvolvidos por Aziz Ab´SaberJurandyr Roos e destacadamente Milton Santos – todos geógrafos críticos, influenciaram novas gerações de geógrafos e são reconhecidos internacionalmente.  

 
O Prof. Milton Santos (1926-2001) recebeu em 1994 um prêmio proporcional ao Nobel. 




EXERCÍCIOS



01) (ACAFE) A transformação do espaço geográfico atual tem sido intensa e aponta para o fato de que se vivencia um período caracterizado pela:  
a) manutenção de estratégias dos ex-países socialistas que colocavam a questão ambiental como o primeiro ponto na lista de prioridades.  
b) eclosão de um modelo econômico sustentável disseminado por movimentos ambientalistas comprometidos com um mundo melhor.  
c) preservação e retorno às sociedades tradicionais como forma de relação equilibrada e harmoniosa com a natureza.  
d) expansão do capitalismo e da sociedade de consumo, responsáveis pela exaustão dos recursos naturais.  
e) adoção de medidas governamentais como as do governo americano que aprovou o Protocolo de Kyoto.  
  

02) (UFPE) São apresentadas a seguir algumas considerações sobre a ciência geográfica.  
Analise-as. 

(     ) O objeto da Geografia, tradicionalmente, tem sido a localização dos fatos na superfície terrestre, a relação entre os fatos de ordem natural e as inter-relações entre os homens e o meio natural. 
(     ) O determinismo geográfico deve ser entendido como a corrente da Geografia que defende a possibilidade de a ação humana vencer as determinações do meio natural. 
(     ) A Geografia entende, por organização do espaço, o arranjo do meio ambiente ao desenvolvimento das potencialidades da sociedade, segundo a sua cultura. 
(     ) Para a Geografia, os problemas da degradação ambiental passam a ter um sentido expressivo no momento em que abrange área suficiente para alterar os padrões usuais de organização do espaço. 
(     ) A Geopolítica é o ramo da Geografia Econômica que busca explicar a expansão, pela superfície terrestre, da influência dos grandes grupos econômicos e dos países a eles ligados, em função dos recursos naturais existentes. 

Marque a alternativa que apresenta a seqüência correta. 
a) V – V – V –V – V b) V – F – V – V – F  
c) F – F – V – V – V         d) V – V – F – F – F  
e)     V – F – V – F – V   


03) (ACAFE) Observe as atitudes e palavras expressas pelo personagem Calvin nos quadrinhos abaixo, e assinale a alternativa CORRETA. 

 
(Criação do cartunista Bill Watterson/Jornal O Estado de São Paulo) 

a) Os seres humanos exercem um controle absoluto sobre todos os fenômenos naturais do planeta. 
b) Todas as plantas necessitam de solo  rico em  matéria orgânica e devem ser regadas diariamente. 
c) Não há  relação  alguma  entre  os elementos do  clima  e o desenvolvimento das formações vegetais. 
d) A ambição humana de controlar os  elementos  naturais ainda  está acima de sua real capacidade de intervenção. 
e) As forças da natureza, atualmente, são previsíveis  e seus reflexos negativos podem ser anulados. 



04) (ACAFE) O espaço é o objeto de estudo da Geografia e deve ser entendido como produto histórico-social. O homem, para (re)produzir sua existência interfere na natureza e o faz de forma extremamente dinâmica. 

Considere o texto acima e assinale a alternativa incorreta. 

a) O dinamismo do espaço geográfico é fruto, tão somente, das alterações provocadas pelos agentes construtores do relevo e por aqueles que atuam na superfície do planeta. 
b) O estudo da natureza ganha importância crescente no mundo atual, pois conhecer sua dinâmica é um ponto a partir do qual a sociedade pode assumir compromissos com a preservação ambiental. 
c) O funcionamento do modo de produção ou sistema econômico-social é importante para o entendimento de como a sociedade se estrutura e de como ela organiza o espaço onde vive. 
d) O espaço, entendido como “tempo acumulado”, indica a necessidade de consideração do processo histórico para a compreensão da realidade. 
e) O estudo da totalidade, abarcando a natureza e os homens nas relações entre si e com a própria natureza, permite uma compreensão mais ampla do espaço produzido pelos grupos humanos. 

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