Atualmente o Brasil mostra-se como um país urbano e industrial. Mas, até as primeiras décadas do século XX o Brasil era tipicamente agro-exportador e na década de 1960, a maioria de sua população ainda residia no campo.
Importância da agricultura
- Histórica (ciclos da cana, cacau, café);
- emprega 1/3 da mão-de-obra;
- representa 20% da exportação;
- fornecimento de alimentos e matérias-primas e commodities .
- Sub-aproveitamento do espaço agrícola: 73% matas e terras não-aproveitadas, 20% pastagens e 7% lavouras;
- estrutura fundiária deficiente;
- uso inadequado ou insuficiente de adubos químicos e defensivos;
- métodos antigos de produção;
- baixa renda e instrução do trabalhador rural;
- dificuldades de armazenamento, transporte e comercialização.
Solo é a camada superficial da litosfera, onde vivem e de onde se nutrem os vegetais. Não confundi-lo com chão, simplesmente. O solo é formado de rocha decomposta, onde se instalou vida microbiana, que aí realiza uma série de transformações físico-químicas, criando condições favoráveis à nutrição e desenvolvimento das plantas. Seu processo de formação (pedogênese) é lento e complexo dependendo da natureza da rocha matriz, do clima e da matéria orgânica em presença. Em espessuras que vão de alguns centímetros até 20 a 30 metros, o solo parece ter vida, possuindo um verdadeiro ciclo evolutivo: há solos jovens, maduros e senis. Uma vez degradada, exaurida ou simplesmente erodida, a camada de solo dificilmente se recompõe para retornar à fertilidade anterior. A ciência ainda não dispõe de meios para “criar” solos economicamente em substituição ao que se perdeu; daí ser preocupação universal, hoje em dia, mantê-lo “vivo”, antes que atinja uma degradação irreversível e irrecuperável.
Os principais tipos de solos do Brasil são:
- Massapê: solo escuro e resultante da decomposição do gnaisse e do calcário. Tem elevada fertilidade natural e é encontrado principalmente na Zona da Mata nordestina, onde, desde o período colonial, é utilizado para o plantio da cana-de-açúcar.
- Terra roxa: solo castanho-avermelhado e resultante da decomposição do basalto (rocha vulcânica). É um solo também de elevada fertilidade, encontrado no planalto meridional e utilizado para diversos cultivos, destacando-se o café.
Combate aos problemas dos solos:
- rotação de solos e culturas;
- correto uso de adubos e venenos;
- terraceamento e curvas de nível;
Sistemas de produção agrícola
- seleção de sementes e espécies
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- grandes estabelecimentos
- mão-de-obra numerosa e barata
- cultivos destinados à exportação
- aproveitamento agroindustrial da produção
Itinerante ou roça tropical
- também chamado de coivara
- abandono do solo quando ocorre a redução da produtividade
- visa a alimentação do agricultor e de sua família com a venda de eventual excedente.
- direta: o uso da terra é realizado pelo proprietário
- indireta: quando a produção é realizada por arrendatários, parceiros e meeiros.
- Permanentes: quando a planta oferece várias colheitas, caso do café, laranja, maçã.
- Temporárias: quando a planta proporciona uma colheita apenas, o arroz, a aveia e o trigo são exemplos.
- Tropicais: plantas (ou culturas) naturalmente adaptadas aos ambientes quentes e úmidos. A cana-de-açúcar e o cacau são bons exemplos.
- Temperadas: plantas (ou culturas) naturalmente adaptadas aos ambientas mais frios, como a aveia, a soja e o trigo.
Fonte: Revista Veja, 30.04.2003 – pág. 107
Principais Produtos Agrícolas
Arroz: o Brasil é 6o maior produtor mundial. Há no País duas variedades principais: o arroz de várzea ou irrigado, cultivado nos vales fluviais, oferecendo rendimento maior; e o arroz de sequeiro, que depende das chuvas.
O Rio Grande do Sul responde por 55% da produção nacional, seguido por Minas Geria e Maranhão.
Algodão: empregado na industrialização de tecidos e alimentos (óleo), a comercialização da produção é controlada por grandes empresas e cooperativas.
No Brasil são plantados dois tipos de algodão: o arbóreo ou de fibra (principalmente no Nordeste); e o herbáceo ou de caroço (notadamente no Centro-Sul).
Os maiores produtores são: Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Ceará e Minas Gerais. O País ocupa a 9o posição na produção algodoeira mundial.
Cacau: o Brasil é grande produtor ao lado da Costa do Marfim, Gana e Indonésia. O cacau destina-se a fabricação de chocolates, licores, produtos farmacêuticos e cosméticos.
Grande parte da produção brasileira (que é realizada em 90% no estado da Bahia) é exportada para a União Européia, EUA, Japão e MERCOSUL.
Café: o Brasil ainda é o primeiro produtor mundial de café, fornecendo aproximadamente 20% de todo o consumo mundial (na década de 1930 – auge do Ciclo do Café – o país fornecia 70% do café mundial). Outros grandes produtores mundiais são: México, Costa do Marfim e Colômbia.
São destaques na produção de café no Brasil: Minas Gerais (50%), Espírito Santo, Paraná e São Paulo. Novos cafezais se expandem para Bahia e Rondônia.
Cana-de-açúcar: além da produção de açúcar a cana serve para obtenção de álcool e cachaça.
Introduzida pelos colonizadores portugueses, a cana que foi no Nordeste um importante ciclo economia. Na atualidade os maiores canaviais localizam-se no estado de São Paulo (60%), sendo também significativa a produção de Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco e Paraná.
O Brasil é maior produtor mundial de cana-de-açúcar.
Laranja: o Brasil é o maior produtor mundial e os maiores laranjais estão em São Paulo (80%). O produto é significativo para as exportações, sendo exportado sob forma de suco.
Os bóias-frias constituem a maior parte da mão-de-obra
empregada no corte da cana-de-açúcar.
Milho: é empregado na alimentação humana e do gado. O Brasil ocupa a 4a posição mundial na produção e importa grande quantidade do produto.
As maiores plantações estão no Paraná (25%), Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.
Soja: o uso da soja cresceu a partir da década de 1940, com a substituição da gordura animal pela vegetal no hábito alimentar de boa parte da população mundial. Atualmente o Brasil é o 2o produtor mundial, existindo grandes plantações no Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. As lavouras crescem na “nova fronteira agrícola”.
As lavouras comerciais são modernas e visam
em maior parte o mercado externo.
Trigo: o Brasil importa 25% do trigo consumido. As maiores plantações estão no Paraná (63%), Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Outros produtos: frutas (pêssego, tangerina, maçã, goiaba), feijão, pimenta-do-reino, mandioca, uva, fumo.
Modelo apresentado por grandes corporações multinacionais na década de 1960 aos países subdesenvolvidos. Visava o aumento da produção de alimentos com o uso intensivo de insumos químicos, sementes melhoras e mecanização das lavouras. Este modelo além de endividar muitas nações foi e é responsável por danos ao meio ambiente.
Modelo que procura desenvolver a agricultura sem o uso de agrotóxicos, com a intenção de proteger o meio ambiente, produzir alimentos mais nutritivos e evitar intoxicações de agricultores e consumidores.