UM OLHAR PARA A PREVENÇÃO DAS DIFICULDADES DA ATENÇÃO
Adriano João Dos Santos
Resumo: A escola é desafiada a mostrar caminhos claros e respostas para
atender às demandas da comunidade na qual está inserida, por isso a urgência de
implementar uma agenda que atenda a esses novos desafios, como torná-la um ambiente
para a melhoria da sociedade e de inclusão constante. A necessidade de uma escola
inclusiva é imperativa para fortalecer os laços de solidariedade e comunidade, tão
imprescindíveis no momento atual, apenas uma escola na qual a dedicação para suprimir
as dificuldades do indivíduo é colocada como um dos fundamentos do trabalho pedagógico,
será, assim, mais construtivista e capaz de formar sujeitos. O trabalho apresentará os
caminhos para uma escola emancipatória e os fatores decisivos para a promoção das
modalidades atencionais e a importância decisiva da psicopedagogia na contribuição de
uma educação capaz de emancipar sujeitos, de fazer subjetividades e de ampliar suas
possibilidades como agente transformador , para isso serão analisados os fatores que
possibilitam libertar a atenção, segundo o livro de Alicia Fernández, intitulado: Atenção
aprisionada: Psicopedagogia da capacidade atencional.
Palavra chave: Psicopedagogia, escola, atenção escolar,
modalidades atencionais.
1. INTRODUÇÃO
A escola constantemente passa por
desafios que são pertinentes ao processo da educação formal, pois ela é fruto da sociedade, a reflete e por ela é
refletida, se produz e se reproduz constantemente, sua importância como
ambiente coletivo é inquestionável, tamanha é a preocupação de governos com
estirpe autoritária tentando por todos os meios cercear a autonomia da escola e
a prática pedagógica de professores. A escola é também um ente social para o
aprimoramento do conhecimento humano e aperfeiçoamento das eficiências sociais,
ela é parte integrante do tecido social, é o próprio tecido da sociedade, é um
modelo de sociedade, é resultado das relações à qual pertence.
Seus desafios são inúmeros, algo pertinente a
todo ente social, como sendo o reflexo da sociedade, a própria, é desafiada a mostrar caminhos e respostas
apuradas para satisfazer as reinvindicações da comunidade da qual está
inserida. Diante dos novos desafios aos quais é submetida, o ambiente escolar
reflete as angustias nas faces e na personificação de professores e estudantes. As novas
tecnologias da informação e das mídias são representações de novas modalidades
atencionais que despertam a atenção de diferentes públicos e ditam modelos de
comportamentos dos mais diversos, por sua vez, o modelo social baseado na família patriarcal,
está em permanente crise, é alvo de fortes polêmicas e discussões, algo
pertinente ao desenvolvimento de indivíduos e com reflexos no desenvolvimento da aprendizagem.
O processo da educação atual é o resultado da
evolução desse tipo de sociedade, que
busca respostas aos modelos tradicionais vigentes e alternativas ou referências
diante dessas constantes mudanças em diferentes segmentos sociais, sejam eles
políticos, econômicos ou ambientais que são mostradas diariamente nos espaços
locais e globais. Ao mesmo tempo que representa a sociedade e por ela é
representada, a escola é também o
elemento estimulador das novas relações que ocorrerão nas esferas da
sociedade, mas ao mesmo tempo a escola
recebe toda a carga que a própria sociedade despeja sobre as pessoas que fazem
parte da escola. O desenvolvimento da escola sempre esteve a atender os anseios econômicos vigentes e imediatos,
seja para promoção dos indivíduos como mão de obra ou mesmo para controle de
ideologias e controle político, a depender da história e das esferas de políticas influenciadoras para o bem ou
para o mal.
A
educação é representação da vida, é aquilo que não tem como se desassociar é
parte integrante da plenitude da vida, é
a plenitude da própria existência. Nas diversas definições existentes, é o processo pelo qual uma pessoa ou grupo de
pessoas adquirem conhecimentos dos mais diversos com o objetivo de desenvolver
sua capacidade e aptidões, além de conhecimento, adquire também hábitos e
atitudes. O objetivo primordial da educação é dotar o ser de instrumentos
culturais capazes de impulsionar
as transformações
materiais e espirituais exigidas
não somente pela dinâmica da sociedade, mas sim pela evolução da e
para a humanidade.
Dentro desse contexto evolutivo a educação passou
por uma esfera de transformações que nunca se sessarão porque justamente faz
parte do ser coletivo, não obstante com a própria evolução e modificações que a
sociedade passa, a educação vigente também será transformada e ao mesmo tempo
que é a transformadora. É dessa forma que a educação será sempre questionada,
como seus métodos, seu propósito e sobre os diferentes processos de
aprendizagem.
Nesse sentido a psicopedagogia
se faz necessária como eixo norteador da educação e essencial como ciência da
aprendizagem, comprometida com o individuo e com o sentido coletivo da escola, com o despertar de novos
horizontes que possibilitarão a ascensão de uma humanidade de fato humana.
2. MATERIAIS
E MÉTODOS
O artigo realizado trata-se de uma
pesquisa bibliográfica, sendo utilizado como principal fonte o livro de Alicia Fernández, intitulado de: A atenção aprisionada: Psicopedagogia da
capacidade atencional, sendo empregada a metodologia qualitativa. O artigo
apresenta uma única etapa de desenvolvimento através da pesquisa bibliográfica,
utilizando assim o livro que aborda o
papel decisivo dos espaços e das modalidades atencionais e os fatores que
desencadeiam a atenção no processo de aprendizagem.
3. FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
É mais do que necessário formar
sujeitos, aqueles autores do seu próprio destino, pessoas capazes de agir sobre
o seu mundo, de torná-lo sustentável no caminhar da vida humana. Nesse sentido
a escola, como ser social de grande relevância no equilíbrio do jogo social é a
autora primordial para oportunizar espaços de subjetivação, ou seja, promover a subjetivação, possibilitar o surgimento de
sujeitos capazes de transformar sua realidade para o bem comum, o social. Nunca
foi tão necessário como no momento atual produzir subjetividades.
Os desafios são inúmeros, principalmente
diante do período em que o mundo está permanentemente conturbado pelos novos paradigmas da economia
global, não é por menos que os problemas
que atinge a humanidade são ao mesmo tempo locais e globais, tem sua incidência
sobre as pessoas e sobre todo o planeta, são vários os exemplos de perturbações
sociais, como é o caso do aquecimento
global, resultado do processo de crescimento exorbitante da economia mundo,
sobretudo dos países mais desenvolvidos em que suas atividades produtivas
estavam, e estão, historicamente voltadas para o consumo de matéria-prima fossilizada,
como o carvão mineral e o petróleo. Os avanços por sua vez do processo da
economia capitalista, trouxe um aceleramento em escala planetária que
desencadeou uma mundialização da esfera de modelos de produção e consumo, de
certa forma muito singular ao seu tempo, nunca visto antes, as diversificações do processo de inovações
tecnológicas as quais estamos submetidos na atualidade. Tal esfera de
modificações criaram e ao mesmo tempo estimularam o desenvolvimento de outros
elementos relacionados ao próprio segmento de inovação como uma verdadeira roda
gigante de interminável movimento. Na segunda metade do século XX, sobretudo
após o advento da Segunda Guerra Mundial, o Capitalismo vai tentar, e conseguirá, se fortalecer para enfrentar modelos de
propostas de organizações da sociedade contrárias ao modelo de domínio do
capital e do lucro, após esse período, que cronologicamente pode ser situado no início da década de 1990, o
globalismo, etapa atual do Capitalismo, inicia o seu processo avassalador de
domínio planetário, o que de fato amplia e
consolida nos quatro cantos do planeta, influenciado e direcionado por
políticas neoliberais, doutrina utilizada como uma panaceia para as sociedade
mais atrasadas, afim de dizimar as desigualdade e a dependência que
historicamente foi submetida pelo próprio sistema de domínio capitalista,
conduzido pelas potências mais hegemônicas.
Historicamente a escola foi submetida e é
fruto do ordenamento econômico vigente, ela é influenciada e determinada, pouco
influi nas esferas do domínio econômico. O próprio desenvolvimento do Taylorismo
e do Fordismo, modelos de racionalização da
produção e consumo em massa, foram utilizados como parâmetro de
ordenamento de muitos estabelecimentos de ensino no mundo todo, e ainda estão
presentes em vários modelos educacionais. As salas massificadas, enfileiradas,
as avaliações em testes ou provas meramente quantitativas são heranças desses
modelos produtivos que ganharam evidencia na esfera do global , sobretudo durante
o século XX. A evolução da escola tecnicista, bancaria não é segredo, sempre
esteve e está a serviço do sistema produtivo, não para o conhecimento do
individuo, mais sim para a massificação
da informação com a finalidade de atender de imediato os interesses do jogo
econômico vigente, a educação só interessa ao sistema para produzir em
beneficio do próprio sistema. É o que Paulo Freire enfatiza sobre a
“consciência bancaria” da educação.
O professor ainda é um ser superior
que ensina a ignorantes. Isto forma uma consciência bancaria. O educando recebe
passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador. Educa-se
para arquivar o que se deposita. Mas o curioso é que o arquivado é o próprio
homem, que perde assim seu poder de criar, se faz menos homem, é uma peça. O
destino do homem deve ser criar e transformar o mundo, sendo sujeito de sua
ação. A consciência bancária “pensa que quanto mais se dá mais se sabe”. Mas a
experiência revela que com este sistema só se formam indivíduos medíocres,
porque não há estímulos para a criação. (FREIRE, 2014, p. 50)
Esse
modelo de escola está em crise, mas ainda resiste, sobretudo nas escolas com
ênfase no conteúdo, onde o fazer ensinar se limita meramente ao conteúdo em si,
principalmente quantitativo, onde o maior número de conteúdos representa um
modelo saudável, ou seja, a relevância
está na quantidade de informações repassadas ao longo do período escolar. A
escola preocupada com provas quantitativas não evolui, não faz subjetividades,
não cria sujeitos para o mundo, pode até certo ponto gerar e oportunizar
pessoas capacitadas, mas para o mercado. Não formará, ou melhor não estimulará
sujeitos planetários, criativos e capazes de conduzir sua própria história.
Esse modelo de escola, é geradora de
exclusão, ao mesmo tempo em que massifica em torno de um objetivo quantitativo
ou um referencial avaliativo que mede apenas a quantidade do todo, tendo como
referencial parâmetros avaliativos iguais sobre jovens de circunstâncias
diferentes, essa escola será parâmetro apenas para excluir, de certa forma
aqueles que não atendem os parâmetros tidos como normais, passam a ser os
inúmeros jovens taxados como detentores de transtornos de aprendizagem, mas,
não será esse modelo de educação detentor de um
grande transtorno? De não se
perceber, de não sentir e não olhar seu próprio papel? Esse
modelo, até certo ponto, presente e até predominante em muitos estabelecimentos
de ensino na atualidade, impõe a submissão de todos aqueles envolvidos no
ambiente escolar, a escola passa a ser o agente principal da exclusão, ela cria
parâmetros de analises influenciados pelo modismo mediático do imediatismo,
acaba gerando vítimas e novos doentes
impostos pelo sistema, cria-se as crianças com dificuldade de atenção.
A escola que é reprodutora dos modelos do
poder econômico vigente, vai reproduzindo desta forma, exclui para incluir as
crianças taxadas como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade),
ou seja, o modelo escolar tradicional procura um problema para a solução e não
o contrário, uma solução, ou soluções para o problema. Dessa maneira a escola se iguala ao modelo de
pressão econômica, não consegue se libertar e passa a ser o principal referencial
reprodutivo do próprio sistema, que talvez consciente ou inconscientemente
tenta romper. Esse modelo de escola, passa a ser vítima e vitima alunos e
professores. Não é por menos o grande desinteresse na carreira do magistério,
tão preciosa e mais valorosa, moralmente, das profissões, que historicamente não reconhecida da forma de
valorização econômica. Tais evidências são percebidas na falta de profissionais
na educação e a crescente carência de profissionais na carreira do magistério,
por sua vez esse modelo de escola, fadada ao fracasso, é geradora de
profissionais que recorrente adoecem em razão da profissão, como é a conhecida
a síndrome de Burnout, inicialmente
atribuída aos professores.
É mais do que necessário romper esse
segmento de escola do sistema, voltada para
reprodução de conteúdos, para isso a escola tem que se identificar como
agente coletivo, de transformação e propulsora de novos conhecimentos capazes de fazer criar, de
emergir sujeitos planetários, sujeitos humanos de sentido e de desejo de
humanidade, só assim será capaz de incluir, sem excluir. É necessário que a
escola tenha um plano de conhecimento coletivo, o primeiro passo para isso é se
identificar através da sua história como escola, quando a escola se percebe
como ser historicamente construído, passa mais facilmente a conhecer seus
possíveis problemas, por isso a importância do plano pedagógico voltado para
exclusivamente aos elementos que estão diretamente voltados para a vida
escolar, como os alunos e professores, esse plano coletivo escolar deve buscar
uma autonomia própria, principalmente direcionado para a comunidade da qual
está inserida a área geográfica da escola. Os atores que fazem parte desse
processo devem saber os caminhos trilhados da escola até então, para justamente
saber para onde pode se caminhar, como ser coletivo.
No seu planejamento coletivo a escola deve
incluir e ser geradora estratégica de espaços atencionais, de espaços geradores
de atenção, não a atenção disciplinada, estanque, mas da atenção flutuante de
estar presente de se fazer sentir. Quando a escola passa a ser o agente criador
e criativo do seu espaço, ela torna-se motivadora de modalidades atencionais e
integra e ameniza possíveis efeitos de desatenção que possam surgir em razão de
outras modalidades atencionais ligadas aos processos tecnológicos que surgem.
As novas tecnologias criam modelos de
modalidades atencionais, as tecnologias presentes no meio
técnico-científico-informacional, o meio da globalização da economia, mas
também do modismo e do consumismo desenfreado que não iguala, que gera
desigualdade econômica e social, mas que propositalmente são capazes de seduzir jovens
e adultos nessas modalidades atencionais, o advento da Internet, criou
um novo mundo atencional, muito mais atrativo que a própria escola, as novas
atenções como as redes sociais os jogos eletrônicos, são desafios para a escola,
mais ainda para a escola tradicional,
mas não serão para a escola criadora de suas próprias modalidades atencionais.
O prestar atenção, estar
atento, são pertinentes a situação na qual o individuo está inserido. A
capacidade de atenção requer muita dedicação para estar atento, para isso é
necessário despertar os processos que desencadeiam a atenção, como o olhar, o
escutar, o sentir, o brincar. Estar
atento é um fator importante para o desenvolvimento de muitas das atividades que fazem parte do nosso
cotidiano, enfim, nossa vida. Para tudo o que fazemos necessitamos de atenção,
nas simples atividades do dia a dia necessitamos ter e desenvolver a atenção,
afinal para fazer bem feito, ela é essencial. Do simples ato de escovar os
dentes, as atividades de recreações e
atividades profissionais, a atenção deve estar sempre presente. Não tem como separar, à vida requer atenção,
ela é vital.
Atenção vem do termo latino attentio, attendere, atenção é um substantivo feminino que significa uma
concentração mental sobre algo específico, sendo sinônimo de concentração,
cuidado, dedicação e zelo. No seu aspecto mais amplo a atenção se define pela direção da
consciência e estado da mente para determinado
evento/ objeto, para que ela ocorra são necessários alguns fatores básicos como
os fisiológicos, a motivação e a concentração. Nesse aspecto despertar a
atenção é um dos desafios da escola, a necessidade da criação e do
desenvolvimento de atividade atencional e de espaços atencionais, para
Fernandez, é importante o desenvolvimento dos espaços para promoção da
atenção.
Assim como às modalidades de
aprendizagem se constroem, em relação às modalidades de ensino dominantes, no
meio familiar e social, as modalidades atencionais singulares se constroem em correspondência com os modos de ser
atendido e com os modos atencionais propostos e/ ou impostos pela sociedade. O
pensar somente mantém-se ativo se for tramado com vínculos de outros, em espaços
intersubjetivos nos quais a capacidade atencional nasce e nutre-se propiciando
modalidades atencionais que caracterizam cada cultura. (FERNÁNDEZ, 2012, p. 121)
A capacidade
atencional é o ato da promoção dos fatores condicionantes para a atenção, como
por exemplo, o olhar, escutar, brincar, distrair, o de criar, alegria de estar, de fazer parte de se
reconhecer como autor do seu crescimento, a alegria do ensinar, de estar de se fazer presente. A educação
plena e consciente deve buscar de maneira constante no ato educativo o
despertar da capacidade atencional do individuo, para isso o pensar pedagógico
deve estrategicamente refletir sobre as modalidades atencionais, para
justamente envolver o educando e torna-lo criador do seu próprio ato de
aprendizagem.
O ato educativo deve propiciar o estímulo, a
alternância e a diversificação, se possível, dos diferentes fatores
desencadeantes da atenção, como por exemplo,
a capacidade de olhar, o olhar para si, para se perceber como ser existencial.
A capacidade de desenvolver o olhar, não apenas com os olhos, mas com todos os
sentidos. É como olhar as paisagens, para compreende-las e perceber o sentido
delas, é necessário fechar os olhos para
ver além das paisagens.
Em uma atividade de observação da
paisagem que pode ser proposta de
em diferentes disciplinas escolares, como a prática da observação da paisagem,
descrever aquilo que vê, não apenas com os olhos, mas com todos os sentidos. A
criança observa e cria sua própria história, como pode ser analisada, nesse
pequeno texto de uma criança de onze anos, após uma aula prática de observação
da paisagem, no primeiro ato ela apenas identifica e enumera os elementos
observados, como por exemplo, a rua, os paralelepípedos, as árvores, os pássaros,
o lago. Em seguida ela cria a história, se torna parte do aprendizado, a
própria autora.
Letícia vinha
caminhando por vários lugares de Joinville e observando algumas paisagens que
chamava a atenção, mas mesmo assim não tinha parado para observar a paisagem e
continuou andando. Até que chegou em um local que sua prima disse para Letícia
ir até lá. Avistou sua prima parada olhando uma paisagem e decidiu ir até lá,
viu que lá possuía muitas árvores e outros tipos de vegetações, contornando em
forma de meia lua um grande espaço. Sendo que no meio da vegetação havia um
lago, no meio do lago havia uma pequena vegetação, sendo que entre a vegetação
e o lago tinha uma pequena estrada de pedrinha. Relato de estudante em uma aula
de Geografia, sobre o tema conceitual de paisagem. (Atividade escolar da
disciplina de Geografia, 6ºano. Ensino Fundamental)
Nesse exemplo de atividade o
professor e os estudantes estão envolvidos em um espaço de atenção, de promoção
atencional em que a paisagem passou a
ser uma modalidade atencional. Nesse sentido, o ato pedagógico se transforma em
espaço de autoria, o fazer para aprender, quando o eu faço o eu aprendo, o eu,
se torna sujeito, se reconhece como criador e se percebe como importante no
instante em que ocorre o ato de aprendizagem. Nesse pequeno exemplo são geradas
outras capacidades de atenção, como
alegria, alegria de estar presente em um local, de ser o criador, de ser sujeito, aquele que realiza e é o agente
principal da sua transformação, criador
de um mundo imaginário a partir do local observado, além da alegria do criar,
do brincar com a sua história e de se distrair criativamente na sua invenção,
de se sentir autor e sujeito da realização.
A escola e professores devem
estar voltados para uma pedagogia emancipadora, autônoma e comprometida com as
necessidades dos atores que fazem à vida da própria escola, esse tipo de escola
contribui para reduzir ou quem sabe eliminar os casos de exclusão e repetição
escolar. A pedagogia da escola deve servir a esse grande propósito que é o de
torná-la plena no seu campo de atuação. O projeto pedagógico dele incluir uma
preparação para a vida, deve se discutir seriamente o sentido da existência e
da importância do ser coletivo, o ser social. Só assim a escola ajudará a
reduzir as mazelas que atingi as sociedades contemporâneas e são refletidas nas
diferentes questões sociais na
atualidade, como a violência, a fome, as desigualdades e as perdas dos direitos
sociais e principalmente na violação dos direitos básicos da vida, provocada
pelo jogo do poder político sob influencias de doutrinas neoliberais.
No projeto pedagógico deve
incluir o amor pelo educar, de dar valor ao simples ato da vida, é o que afirma
Freire.
Não há educação sem
amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres
inacabados não pode educar. Não há educação imposta, como não há amor imposto.
Quem não ama não compreende o próximo, não o respeita. Não há educação do medo.
Nada se pode temer da educação quando se ama. (FREIRE, 2014, p. 36)
Só amor pela educação, pelo
sentido da importância da educação libertará o homem, o tornará livre, nesse
sentido a educação se torna plena e contribui para eliminar a exclusão e
possibilitar a autonomia do ser. O professor que ensina com amor consegue acolher
mais e com mais eficiência, o professor que com o amor mostrar a importância da
educação para o acolhimento e para a
evolução da sociedade, despertará também nos estudantes o compartilhamento da
importância da educação como amor. Juntamente
com o amor, a alegria do ato educativo é
outro instrumento relevante a fim de incluir, de pertencer ao um grupo, a
alegria de construir, de ser autor e
contribuir para a comunhão do crescer como membro integrante de uma sociedade
que pode sim fazer a diferença para um mundo mais justo e de todos para todos.
4. RESULTADOS
E DISCUSSÃO
Através da pesquisa, nas fontes
analisadas, verifica-se o papel necessário da Psicopedagogia para o
aprimoramento da educação, sobretudo à Educação Básica, os instrumentos de que
a psicopedagogia possui são necessários e norteadores para uma educação
eficiente, com o propósito de incluir,
não excluir para depois incluir. De educação inteligente, capaz de dar
importância a cada pequeno ser, sem perder o sentido do todo, do coletivo, do
saber, do caráter coletivo da educação. A psicopedagogia institucional,
necessita mais do que nunca ser de fato institucionalizada como saber necessário ao ambiente escolar, os elementos
do qual esse campo do conhecimento possui são intrínsecos ao bom planejamento
pedagógico, capaz de trabalhar no campo preventivo, atuando concomitante com
outros saberes no desenvolvimento da vida escolar.
Somente a prática preventiva e
orientadora da psicopedagogia é capaz de contribuir para o aprimoramento de uma
verdadeira escola voltada para a integridade do ser, ajudando-o a superar possíveis dificuldades ou
obstáculos colocados no seu caminho, um campo do saber tão vital e que pode
representar o fortalecimento de uma educação
mais humana, comprometida com as pessoas e com o crescimento da
sociedade, como ser coletivo e para o despertar de uma educação emancipadora,
que possa romper as amarras impostas pelo imediatismo, objetivismo e o
consumismo ditados pelo poder econômico.
5. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A promoção dos espaços
atencionais pode representar uma essencial alternativa ao modelo de educação
vigente. Nesse sentido a psicopedagogia
passa a ter um papel decisivo dentro do processo de ensino aprendizagem, é o
eixo norteador e de orientação entre os profissionais que atuam diretamente no
ambiente de ensino. A busca de uma
educação que possa dar autonomia ao
sujeito e que possibilite um apoio aos professores na atuação escolar, que
desenvolva capacidades atencionais afim de reduzir e evitar processos de
exclusão.
O presente artigo teve como objetivo geral
analisar as diferentes possibilidades afim de desencadear o processo para
desaprisionar a atenção, entendendo a educação como elemento em constante construção, essa não pode ser tratada como
algo estanque, como estático, parado e momentâneo. A educação é o todo, é a
própria sociedade, é parte dela e ao mesmo tempo é a representação e construção
dela mesma.
O desejo de uma educação aprimorada e
comprometida com o ser, com o individuo é uma educação cada vez mais coletiva,
o desejo pelo constante aperfeiçoamento pode e deve caminhar junto para
suprimir as exclusões que muita das vezes estão na rotina do trabalho escolar.
Que a educação desenvolva o despertar de uma nova ciência, de uma
ciência capaz ao mesmo tempo
comprometida com o aprimoramento da humanidade e com o crescimento intelectual
do indivíduo levar a todos à uma
verdadeira complexidade. Para isso, o ambiente escolar deve ser encarrado com o
espaço de vivência da escola, ele deve
ser tratado como o meio capaz de contribuir para a emancipação do educando, o
grupo escolar deve ter autonomia de criar e desenvolver espaços atencionais,
espaços que ajudarão na construção da
autoria, do fazer para aprender, a escola deve ser estimuladora das modalidades
atencionais, deve cria-las afim de estimular a atenção flutuante, ao mesmo
tempo que criar, a escola necessita conciliar sua criação de modalidades e as
modalidades atencionais existentes, para não alienar e sim entender que o todo
contribui para o crescimento do individuo.
Por sua vez as modalidades
atencionais serão promovidas pelos fatores que desencadeiam a atenção, esses
fatores devem ser os norteadores para a
criação das modalidades de atenção, afim de dar capacidade atencional. De forma
inteligente o pensar na educação presume a capacidade de desenvolver e
incrementar esses fatores, tais como, desenvolver o ato de escutar, de olhar,
de brincar, de se distrair, de autoria, da alegria e do ato de se fazer com
amor.
REFERÊNCIAS
FERNÁNDEZ, Alícia. A atenção
aprisionada: Psicopedagogia da capacidade
atencional. Porto Alegre: Penso, 2012.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 36ª
edição. São Paulo: Paz e Terra, 2014.
Abstract: The school is challenged to show clear paths and answers to meet the demands
of the community in which it is inserted, for this reason the urgency of implementing an
agenda that addresses these new challenges, such as making it an environment for the
improvement of society and of constant inclusion. The need for an inclusive school is
imperative to strengthen the bonds of solidarity and community, so indispensable at the
present moment, only a school in which the dedication to suppress the difficulties of the
individual is placed as one of the essentials of the pedagogical work, we will thus a more
constructivist and capable of forming subjects. The work will present the paths to an
emancipatory school and the decisive factors for the promotion of the attentional modalities
and the decisive importance of the psicopedagogy in the contribution of the school able to
emancipate subjects, to make subjectivities and to extend their possibilities as transforming
agent, for this will be analyzed the factors that make it possible to release the students'
imprisoned attention, according to the book by Alicia Fernández, entitled: Attention
imprisoned: Psychopedagogy of attentional capacity.
Key words: Psychopedagogy, school,
school attendan