terça-feira, 22 de novembro de 2016

Orquídea

Manoel Ribas, Paraná

Campo Alegre, Santa Catarina.

Um olhar sobre a globalização da economia e a influência nas organizações empresariais.  
Adriano João dos Santos
RESUMO
A Globalização processo intensificado pela relação comercial entre os países é o grande desafio e oportunidade para todos: países, empresas e indivíduos. A dinâmica da globalização foi intensificada a partir do século XV com o crescimento do Capitalismo Comercial e de lá para cá foi se tornando cada vez mais intenso e voraz, sua dimensão global foi impulsionada pela tecnologia sobretudo nos segmentos do transporte e da comunicação, neste último tem como simbologia máxima a Internet que é o símbolo também da mundialização econômica e cultural. O trabalho irá apresentar o contexto sobre a Globalização e a interferência nas organizações, através de uma revisão bibliográfica tendo como livros principais o de de Fernando Alcoforado e Michael Spence, livros intitulados respectivamente de Globalização e Desenvolvimento e Os Desafios do Futuro da Economia, sendo empregada a metodologia qualitativa. O modelo econômico global coloca desafios para as organizações empresariais e para os gestores em termos de diversidade das organizações e complexidade do ambiente em que operam. Por essa razão o gestor necessita estar atento a complexidade e os desafios da globalização, da competitividade que se intensifica a partir dela e impulsionada pela tecnologia e pela informação. O mundo da globalização oferece, de um lado oportunidades inéditas de prosperidade econômica e por outro lado é extremamente exigente para usufruir das novas oportunidades.      
Palavras-chave: Globalização, Economia, Capitalismo, Corporações, Mercado.      
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1 INTRODUÇÃO
O processo de globalização que conhecemos hoje é fruto da dinâmica do setor produtivo mundial, tem como premissa fundamental o aumento das trocas comerciais e de serviços entre os países, oportunizada pelo avanço tecnológico nos meios de transportes e de comunicação. Tal dinâmica do processo de globalização ou mundialização da economia pode ser marcada como ponto inicial do seu surgimento a partir do advento do Capitalismo Comercial do século XV, período que marca a expansão do comércio marítimo europeu por outras partes do mundo. Esse processo será intensificado e dinamizado na medida em que outros lugares serão incorporados e explorados pelos povos europeus, a dinâmica econômica será a partir desse momento impulsionada pelo acumulo de capital que possibilitara a evolução do modelo e sua complexidade para estágios mais avançados e diversificados, é de conhecimento amplo que o processo de acumulação do capital na Inglaterra e o progresso técnico foram os grandes responsáveis pelo advento da Revolução Industrial.
Do período da Primeira Revolução Industrial até os dias atuais a economia mundial toma tamanha pujança com os novos processos produtivos como o Fordismo e o Toyotismo, desencadeando um processo produtivo em escala planetária nunca visto na história da humanidade, no entanto, de acordo com Alcoforado (1997) desiquilibrado, fruto da sua origem e historicidade desigual.  
Os países capitalistas desenvolvidos acumularam grande volume de capital no período mercantilista, já os países periféricos ou semiperiféricos não passaram por esse estágio de acumulação e que por sua vez, o progresso técnico não avançou nesses países porque enquanto possuíam o status de colônia eram dependentes de tecnologia oriunda da metrópole e, mais tarde, quando se tornaram formalmente independentes, não dispunham de riqueza acumulada e nem reuniam condições estruturais para promover o desenvolvimento científico e tecnológico. (ALCOFORADO, 1997, p.25  
       A economia global está criando um planeta inteiramente novo e diferente, processo este intensificado pelos avanços técnicos nos transportes e simbolizado nos dias atuais pelo uso da Internet que é apontada por muitos estudiosos como o
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símbolo do processo de globalização econômica, a internet aproximou os lugares do mundo tornando-o uma aldeia global.  Por essa razão o processo é marcado pelos aspectos da internacionalização do sistema produtivo e do consumo, pela intensificação da tecnologia da informação e sobretudo na ênfase do conhecimento.    O modelo econômico global coloca desafios para as organizações empresariais e para os gestores em termos de diversidade das organizações e complexidade do ambiente em que operam. Por essa razão o gestor necessita estar atento a complexidade e os desafios da globalização, da competitividade que se intensifica a partir dela e é impulsionada pela tecnologia e pela informação. O mundo da globalização oferece, de um lado oportunidades inéditas de prosperidade econômica e por outro lado é extremamente exigente para usufruir das novas oportunidades, jogando assim responsabilidades sobre indivíduos e corporações para que possam gerar ciclos produtivos sustentáveis e evidentemente sobreviver no mundo da globalização. É o que afirma Mattelart (2002), a globalização pode ser entendida como um modelo de administração de empresas que sugere o desenvolvimento de competências a nível mundial.  
 A globalização é, primeiramente, um modelo de administração de empresas que, respondendo à crescente complexidade do ambiente da concorrência, procede da criação e da exploração de competências em nível mundial, objetivando maximizar os lucros e consolidar suas fatias de mercado. A globalização é, de alguma maneira, a grade de leitura do mundo própria dos especialistas em administração e marketing. A palavra de ordem que rege está lógica empresarial é a integração. Esta palavra indica uma visão cibernética da organização funcional das grandes unidades econômicas. (MATTELART, 2002, p.125)    
Diante do exposto, este artigo irá apresentar uma pesquisa qualitativa, com o intuito de identificar os elementos econômicos ligados à globalização durante os estágios da evolução do Capitalismo e do processo industrial, seus episódios característicos e os processos produtivos ligados a teia de relações produzidas pela mundialização do capital e perceber os impactos desta nas corporações empresariais.
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa realizada trata-se de uma pesquisa bibliográfica, sendo utilizado como principais fontes os Livros de Fernando Alcoforado e Michael Spence, livros intitulados respectivamente de Globalização e Desenvolvimento e Os Desafios do Futuro da Economia, sendo empregada a metodologia qualitativa. O artigo apresenta uma única etapa de desenvolvimento através da pesquisa bibliográfica, utilizando assim livros que abordam os conceitos de globalização econômica.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O processo de globalização pode ser atribuído a fatores diversos no mundo de hoje, pode representar o crescimento da economia mundo a partir do século XV com o advento do comércio marítimo pelo planeta, momento este desencadeado pela procura de novos espaços de exploração e pela necessidade de recursos naturais, promovida pela concorrência entre as potências europeias. Para Santos (2000) “a globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista”. De certa maneira a competição entre os países europeus será processo decisivo para o crescimento da economia mundo, a procura de novos espaços para o domínio da corrida pela ocupação de novas terras irá dar aos países europeus oportunidade de acumulação de capital e de domínio sobre as terras conquistadas, povos e culturas, o que por sua vez efetivará e perpetuará a consolidação do domínio econômico. Este período Inicial na economia mundo trará as nações europeias o acumulo de capital necessário para inaugurar o estágio posterior de desenvolvimento que culminará na Primeira Revolução Industrial no século XVIII, este processo ocorrido na Inglaterra em razão de ter acumulado o capital necessário para desenvolver e liderar o processo de desenvolvimento, sobretudo das novas terras e da oferta de matéria-prima e também por ter assegurado o seu domínio no
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estágio final do período do Capitalismo Comercial. Este período será marcado pelo início da atividade industrial com o advento da máquina a vapor e da obtenção da energia através da lenha e principalmente da exploração do carvão mineral em solo inglês, tal processo será favorecido também em virtude da oferta de mão de obra que será sustentado pela urbanização e crescimento populacional verificado no período da Primeira Revolução Industrial.   O segundo estágio terá um ciclo econômico muito dinâmico e maior complexidade de atores e de processos produtivos que virão a surgir como o desenvolvimento da atividade econômica, toda esta complexidade de atividades que será fomentado com o desenvolvimento das técnicas, permitirá a Inglaterra liderar este segmento de desenvolvimento econômico capitalista, por sua vez o próprio crescimento de atividades e técnicas serão elemento que necessitarão ser sustentados o que obrigará a economia nacional inglesa assegura o seu domínio além do território nacional,  daí a necessidade estratégica da expansão política, no período anterior, no século XV e XVI o Colonialismo e no período do século XVII, XVIII e XIX o Neocolonialismo, pautados no forte processo do Mercantilismo europeu.   Estes dois estágios históricos e econômicos serão marcados evidentemente pela exploração de povos e territórios, o primeiro assegurando a exploração da América e Ásia e o segundo da continuidade da exploração destas regiões, mas sobretudo da efetivação do domínio da África, repartindo o território do continente africano com os seus parceiros e aliados da Europa. O período do  neocolonialismo  terá como característica não somente a exploração propriamente dita, mas a estratégia de fomentar novas áreas de consumo mundo justamente para fortalecer, perpetuar e desenvolver o mercado europeu e sobretudo a economia inglesa, as estratégias irão da submissão de culturas, povos e países até a efetivação de um domínio político que assegure o desenvolvimento e penetração da capital europeu e segundo Alcoforado (1997), o seu fortalecimento com a política do Mercantilismo , que por sua vez será o meio decisivo para a consolidação da capital em nível mundial.    
O mercantilismo se baseava numa complexa legislação que recorria a medidas protecionistas, incentivos fiscais e doação de monopólios, para promover a prosperidade geral. A produção e a distribuição do comércio internacional eram realizadas por mercadores privados e
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por grandes companhias comerciais (as Companhias Inglesas e Holandesas das índias Orientais e Ocidentais) e, em geral, eram controladas localmente por corporações de ofício. (ALCOFORADO,1997, p. 22)  
Estes episódios e a busca incessante pela obtenção da liderança do poder e a competição com outros atores do processo de desenvolvimento econômico trará cada vez mais complexidade no processo produtivo, teremos o desenvolvimento de novas atividades e a criação de técnica de aprimoramento da produção. Por outro lado, a competição com novos países, sobretudo fora do continente europeu, será um fator determinante para a real efetivação do processo de globalização, a partir do século XIX os Estados Unidos na América e o Japão na Ásia representaram os expoentes do Capitalismo em diferentes pontos do planeta. No desenho da economia mundo será o fator que configura a partir daí a relação de áreas de poder econômico no planeta em pontos diferentes do globo. Neste período será somado ao crescimento da economia a demanda por recursos naturais para assegurar o controle da produção de mercadorias e de mercadores consumidores cada vez mais crescente, motivado pelo aumento da população e do consumo. O segundo estágio do desenvolvimento industrial será marcado também pelo crescimento da eletricidade e a  efetivação do petróleo como principal fonte de energia e pela disputa por esse recurso em escala planetária, com a demanda da produção e da complexidade cada vez mais acentuada do processo produtivo, emergem neste momentos os modelos produtivos como o Taylorismo e o Fordismo, o primeiro é marcado pela racionalização da produção e o segundo pela massificação da produção e do consumo, ambos como o intuito de elevar a produtividade e o ganho na exploração da produção de mercadorias, é o que afirma Alcoforado (1997).  
O fordismo apoiou-se no taylorismo e tornou-se o processo de obtenção e acumulação do capital vigente no mundo até a década de 1970. A ideia básica do fordismo, a da linha de montagem, surgiu quando Henry Ford visitava um frigorífico de frangos, onde as aves eram dispostas em uma esteira, mortas e depenadas. Ford então adaptou a ideia da esteira a uma linha de montagem de automóveis, que nascia naquela época. Surgiu então, a produção estandardizada. O taylorismo surgiu no começo do século XX, criado por Frederick W. Taylor e era uma forma de gestão empresarial, não uma nova forma de produção. Seu objetivo era tornar o trabalhador mais produtivo sem, com isso, exaurir suas capacidades físicas e mentais. A intenção de Taylor era fazer do trabalhador uma parte da empresa,
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incorporá-lo à máquina. Sues princípios básicos eram a divisão do trabalho, a padronização das tarefas, a separação entre planejamento e execução, a criação de um trabalhador facilmente treinável e substituível. (ALCOFORADO,1997, p. 28)
No período final do século XIX e início do século XX teremos um fantástico processo de desenvolvimento do capital, o que muitos teóricos afirmam ser o segundo estágio da globalização econômica, este período será caracterizado pelo acelerado processo de produção de bens e do formidável crescimento do comércio mundial, bem como pelo acumulo de riqueza e concentração industrial o que irá impulsionar a formação dos primeiros conglomerados industriais e o domínio de um ou vários segmentos produtivos, que resultara na formação de monopólios.  
No período 1873 – 1895, ocorreram progressos científicos e tecnológicos extraordinários, abrindo novos caminhos para a atividade econômica. Iniciou-se, também, uma mutação fundamental do capitalismo com a concentração e centralização do capital industrial, a formação de trustes e de monopólios nacionais e a mundialização dos capitalismos dominantes, pelo comércio e a exportação de capitais, formação de empresas multinacionais e colonização, o que levou à partilha do mundo, acompanhada de rivalidades, choques e guerras.   (ALCOFORADO,1997, p. 29)
A partir, deste momento, a economia é marcada sobretudo pela crescente participação do capital financeiro nas relações comerciais. O centro econômico do mundo começa a ser transferido para a América, em especial e singularmente aos Estados Unidos, fato este consolidado após a Segunda Guerra Mundial. Em 1950 em diante teremos um período marcado pela intensificação do domínio mundial pelas potências capitalistas e socialista, herdado do estágio inicial do século XX, este período intitulado de Guerra Fria, fazendo referência a relação diplomática entre os Estados Unidos e a União Soviética, é marcado pela corrida armamentista e pela disputa ideológica entre os sistemas capitalista e socialista em diferentes pontos do planeta. É um período que trouxe transtornos sociais, econômicos e trágicos, quando relacionamos aos conflitos armados que vitimaram milhões de pessoas no mundo. É evidente que apesar de ser marcado por um período de conflitos, por outro lado, trouxe importantes contribuições para a economia e avanços na sociedade, a competitividade entre os inimigos declarados, possibilitou importantes evoluções das técnicas e do mercado de produção, a própria aplicabilidade de tecnologias militares, espaciais e de comunicação representaram
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avanços significativos para o  processo de globalização, é com a intensificação da relação de disputa do mundo que ficou conhecida como bipolar, dois polos de poder, o período será marcado pela intensificação dos modelos capitalista versus socialista, os modelos buscavam o seu aperfeiçoamento e tentaram mostrar o que tem de melhor, cada um na essência de sua organização política e social. Com esse modelo de disputa, os sistemas buscaram aperfeiçoamento nos diferentes campos do conhecimento, o que sem dúvida contribuirá de maneira decisiva para sofisticação da sociedade e da economia. Cada país dentro da sua esfera de influência e no seu território, buscará fomentar aliados e novas áreas de desenvolvimento com o intuito de superar seu adversário, uma competição quase incessante pelo domínio do poder mundial. Esta competição frenética, uma das razões da derrocada do modelo soviético, levará ao fim o período da Guerra Fria, que termina em 1991 com a extinção da União Soviética, incapacitada de competir no plano econômico e tecnológico com os Estados Unidos e de dar sustentação ao bloco de países socialistas constituído após a Segunda Guerra Mundial.      A intensificação dos investimentos em pesquisa e tecnologia do período da Guerra Fria colaborara para a inauguração do terceiro estágio da globalização econômica ou a Terceira Revolução Industrial, já na década de 1970, período de maior tensão entre as duas potências da Guerra Fria, a partir deste período teremos uma reestruturação produtiva, iniciada duas décadas anteriores em virtude do esgotamento do modelo fordista de produção.  É o que afirma alcoforado p. 35  
 A terceira fase da mundialização do capital caracterizou-se também pelo esforço de reestruturação produtiva visando à superação dos problemas enfrentados pela economia-mundo capitalista. A reestruturação produtiva teve por objetivo oferecer respostas à crise do fordismo e do taylorismo. (ALCOFORADO, 1997, p. 35)  
Neste cenário teremos o surgimento da indústria designada de hi tech ou alta tecnologia como a informática, eletrônica, biotecnologia, aeroespacial, nanotecnologia entre outras, essa novas atividades irão representar uma grande contribuição para a mundialização da economia o que muitos teóricos chamaram  da terceira onda em alusão ao forte expansão da econômica mundo, com a contribuição dessas atividades novos ramos irão surgir, os modelos produtivos serão intensificados e conhecidos no mundo inteiro .
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O principal modelo de reestruturação produtiva, o toyotismo, nascido no Japão na década de 50, será intensificado na relação de produção em substituição ao fordismo. A crise do fordismo deu-se em vários níveis: político, econômico e social, em todos os países, manifestando-se pelo desemprego, pela queda nos níveis de investimento. A consequência foi o começo da reestruturação produtiva, principalmente nos setores básicos de produção e de trabalho. Foram adotadas novas ideologias, novas formas de administração, de gerenciamento e de produção. A ênfase na qualidade e na valorização do capital humano trará bons olhos para esse novo modelo, a qualidade do produto passa a ser elemento indissociável do produto, a ênfase na qualidade total e as ideias de organização do trabalho ganharam definitivamente o terreno das empresas, não só pela ênfase na qualidade, mas sobretudo na racionalização da produção e do custo, o Just-in-time é fundamental para a sobrevivência das corporações modernas, ao contrário do fordismo, em que a produção determina a demanda, no toyotismo, a demanda determina a produção; ou seja, só se produz o que é pedido, por isso se produz mais rápido e melhor.  O final do período bipolar veio com o colapso do socialismo soviético em 1991, a partir daí os Estados Unidos emergem como única potência nas esferas econômica, política e militar, fruto do seu desenvolvimento econômico e social ao longo dos séculos XIX e XX, bem como de um planejamento e desenvolvimento de projeto de crescimento econômico, estabelecido desde o final do século XVIII, iniciado com a independência política no ano de 1776.  O fim do sistema socialista irá representar o incremento de novas áreas de mercado mundial, este fato fará intensificar a relação do comercio mundial, tanto é que neste período foi marcado por forte crescimento da economia no mundo, a globalização será dinamizada com a parceria de países na formação de mercados regionais, como o NAFTA, a UE, APEC, MERCOSUL e outros blocos de países. A partir deste momento as relações se tornaram mais coletivizadas, em virtude da necessidade de competir no mundo globalizado.  A evolução dos transportes marítimos, no que diz respeito ao transporte de cargas, levará a intensificação do comércio,  a quantidade de cargas transportada e a qualidade inserida na atividade possibilitaram maior dinamismo no deslocamento entre as diversas regiões continentais, o emprego da tecnologia de comunicação e de orientação espacial contribuíram para que as rotas marítimas se tornassem mais
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seguras e com maior capacidade de deslocamento, incentivando o aumento do comércio global, mas também para a logística das  empresas globais, em que a escala do processo produtivo é feita em diferentes locais do mundo.  
A General Eletric possui cadeias de suprimento globais em muitas de suas divisões operacionais. Quando configura uma instalação fabril e um apoio logístico na Índia, ela busca uma estratégia lucrativa de utilizar a economia global para reduzir o custo de seus produtos. (SPENCE, 2011, p. 53)    
O advento da informática vinda dos ramos das indústrias de alta tecnologia irá possibilitar um gigantesco salto no sistema produtivo mundial, é com a informática que os processos administrativos serão aperfeiçoados e contribuirá para a redução do tempo, custo e aumento da rentabilidade da produção. É também com a indústria da informática, representada pelo computador e os programas inseridos onde teremos uma revolução informacional, iniciada com a popularização do computador a partir da década de 1970 e com a revolução da Internet na década de 1990 que o mundo será chamado de aldeia global, fazendo uma alusão de que o planeta se tornou pequeno em virtude do rápido crescimento do processo de comunicação, representado pela internet.  
O acesso comercial à internet foi permitido pela primeira vez em 1988 e, com a introdução do Netscape (um software de fácil utilização para acessar a World Wide Web ), o uso pessoal e empresarial da internet deslanchou. (SPENCE, 2011, p. 192)    
De forma decisiva a Internet contribui para a economia global, não apenas com a intensificação da comunicação em tempo real, mas sobretudo com a criação e surgimento de novas atividades produtivas e com a criação de empresas que hoje dominam a economia real e que estão no mundo virtual, ou seja, sem a internet elas não existiriam.  Além de incrementar e revolucionar novos segmentos produtivos, a internet possibilitou difundir o conhecimento e a atividade produtiva em escala planetária, é com a internet que a comunicação deixou de ser monopolizada por grandes grupos de mídia e se tornou uma ferramenta de aperfeiçoamento de indivíduos e empresas, é graças à internet que muitos podem realizar um curso de especialização à distância, como de logística, administração entre outros, é através da rede que várias profissões podem atuar nos mais diferentes atividades existentes
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na economia moderna do mundo atual.  Podemos constatar que a internet representa de fato uma verdadeira revolução no segmento social e econômico, como afirma Spence (2011).  
Acontece que foi a conectividade que gerou o grande e crescente impacto econômico (e, de fato, social) dos computadores em rede e da tecnologia da informação. As atividades mundanas do dia a dia de obter informações e concluir transações ou as atividades de interação e coordenação eram caras e consumiam muito tempo. Em nível verdadeiramente básico, o que a rede pela internet fez foi diminuir os custos e aumentar a velocidade para a realização dessas funções. Isso parece simples demais, mas não é. As reduções de custo e de tempo são tão grandes que estão mudando a estrutura de informações dos mercados e o mundo em que vivemos. (SPENCE, 2011, p. 192)    
Comprovadamente a globalização intensificou a relação do local com o global, tornando o local parte integrante do mundo globalizado, no âmbito econômico a globalização cobra decisivamente das empresas o aperfeiçoamento das suas práticas gerenciais e sua responsabilidade no ambiente da qual está inserida. Para poder atuar com responsabilidade e sustentabilidade a corporação deve estar aprimorada no seu segmento produtivo. Este aprimoramento deve ser entendido como o conhecimento de toda a sua cadeia produtiva, entende-se aqui como conhecimento, os elementos necessários para a sobrevivência do empreendimento, onde estarão inseridos o planejamento, as estratégias, o controle da produção, a sua logística e a responsabilidade social da empresa.  A mundialização da economia sem dúvida deixou o mundo menor, tanto em dimensionamento de tempo e distância, bem como na redução dos custos econômicos e na singularização das atividades empresariais, ao mesmo tempo que potencializou novas atividades produtivas, ela cobra constantemente aperfeiçoamento de mercados, empresas e indivíduos. Ao mesmo tempo em que a competição local passa também a representar uma escala maior de dimensão em razão da padronização e da evolução dos processos gerencias, hoje de conhecimento global. Com as tecnologias aplicadas a informação, o processo de globalização passa a não ser apenas exclusivo das grandes corporações globais, as transnacionais, que evidentemente contribuíram para que chegássemos ao estágio atual, mas sobretudo as pequenas e médias corporações também estão inseridas na dinâmica da globalização, basta analisar a cadeia produtiva e a complexidade
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econômica que envolve esta relação. A complexidade econômica e o processo de terceirização de atividades permitem um maior dinamismo e intensificação da relação produtiva, dentro deste aspecto compete as corporações fortalecer suas relações com a cadeia produtiva gerada pelo seu negócio.  Neste contexto é de grande importância que a corporação fidelize todo o seu sistema produtivo, como se tornasse um ciclo produtivo fechado, em que a partir do aperfeiçoamento do seu gerenciamento ela crie elementos que irão permitir o estreitamento dos laços com clientes e fornecedores, permitindo uma troca constante de informações e conhecimento que possa levar ao aperfeiçoamento da sua atividade produtiva e a continua manutenção do seu ciclo produtivo. Ao mesmo tempo que a corporação mantenha a fidelização dos seus parceiros e buscar agregar novos, para que perpetue o ciclo produtivo fechado de forma sustentável.  
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através das pesquisas realizadas nas diversas fontes, ficam evidenciados que os avanços na economia mundial, desencadeado pelo intenso fluxo do comércio mundial e motivado pelos transportes e pela dinâmica do processo de comunicação, representado pelo advento da internet, gerou um intenso dinamismo na atividade produtiva em escala planetária, potencializando a relação do espaço local com o global. Os espaços regionais de produção são e serão fortificados e pela dinâmica da complexidade de atividades que são evidenciados a medida que a economia se modernizou.  A globalização veio para ficar, não terá volta, será cada vez mais fortalecida pelos processos produtivos e pela inserção dos indivíduos e empresas na economia, é neste contexto que se torna indispensável a busca constante pelo aprimoramento das organizações. A dinâmica da modernização da economia mundial é um elemento gerador de constantes desafios para as corporações, independentemente do tamanho da organização, pois a globalização ao mesmo instante que aproxima o global do local, não mede parâmetros de dimensão na atividade produtiva, elemento característico da economia moderna, pois no mundo globalizado o pequeno também se torna grande.
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Neste contexto um dos maiores desafios, se não o maior, é gerar na organização um sistema capaz de dar sobrevida ao negócio, inserindo as tecnologias da comunicação, aperfeiçoando os sistemas logísticos, criar fidelidade com os clientes e atrair novos. Estimular um sistema capaz de gerar um ciclo produtivo que possa dar sustentabilidade na organização. Aperfeiçoar, desenvolver e ou valorizar a cultura empresarial, tanto no que diz respeito à fomentação do espirito empreendedor, bem como na propagação da visão e missão da corporação.  
5 CONCLUSÃO
O presente artigo teve como objetivo geral analisar a evolução do processo de globalização e a sua interferência nas organizações econômicas, as mudanças e as tecnologias que estão disponíveis para uso das corporações empresariais, e as mudanças que foram introduzidas nos últimos anos, fazendo assim um paralelo com a Revolução Industrial onde surgiram as primeiras tecnologias dentro do sistema fabril. Identificando assim o surgimento e as etapas do processo de globalização da economia, estas etapas configuram as características históricas dos períodos homogêneos da atividade comercial e industrial no mundo, em cada etapa é possível perceber os elementos produtivos inseridos em cada período histórico de evolução da economia mundo.  A globalização é um processo singular a economia de mercado, sendo evidentemente fruto do processo de evolução e expansão do modelo capitalista de desenvolvimento, processo este desigual, sendo que esta desigualdade teve como origem o seu ápice inicial de desenvolvimento na Europa, no século XV. Portanto, a esfera desigual e concentradora é a essência do capitalismo. A globalização, por sua vez, impulsionada pelos avanços do transporte e da comunicação, levou esse modelo para todos os cantos do planeta.  Mesmo desigual a globalização fortaleceu a relação de trabalho capitalista e fortificou sua estrutura e impulsionou no mundo o desejo de fazer parte deste modelo, mesmo habitualmente sendo criticado por intelectuais em diversas partes da Terra.
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Desta forma, ressalta-se que as empresas são e estão parte da globalização econômica, pois a dinamização da mundialização começa de forma acelerada no momento que o capital produtivo de determinadas empresas é transferido para outros locais do mundo, as transnacionais inauguram esse modelo que já tinha sido impulsionado no século XV com as navegações europeias.   A globalização mostra que as empresas contribuem para formar o conjunto das relações econômicas que sustentam a própria globalização, mostra que  as fronteiras não representam obstáculos para as empresas globais e que o espaço distante se torna próximo ao mesmo instante que o espaço próximo pode se tornar distante se as empresas não estiverem atenta a dinâmica da modernidade econômica, sendo assim as empresas necessitam buscar constantemente inovar os processos produtivos, outro ponto relevante é o papel que a tecnologia da comunicação, simbolizada pela internet, coloca diante dos negócios empresariais, fazendo parte integrante da globalização, a internet aproximou os lugares e impulsionou o capitalismo no mundo, criou novos segmentos produtivos e  intensificando as atividade econômicas.  Constata-se que a globalização gerou modelos de produtividade e de padronização de estilos de trabalhos, ao mesmo tempo que difundiu ideias, fortaleceu riquezas, desigualdades e desejos de consumo, ela mesmo foi moldada segundo as formas de gerenciamento administrativos e produtivos das atividades globais, sendo, portanto, ao mesmo tempo causa e consequência da modernidade econômica no mundo e fruto da evolução histórica da economia de mercado.  
REFERÊNCIAS  
ALCOFORADO, Fernando. Globalização e Desenvolvimento. São Paulo: Nobel, 1997.
DE MASI, Domenico. O futuro chegou. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
LI, Charlene and BERNOFF, Josh. Fenômenos Sociais nos Negócios: Groundswell. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
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MATTELRT, Armand. A globalização da comunicação. São Paulo: Edusc, 2002.
SANTOS, Milton. Território: Globalização e Fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1998.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SPENCE. Michael. Os desafios do futuro da economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

publicado às 09:07 em 22/11/16